segunda-feira, 20 de julho de 2009

Incompreensão


Como se fosse possível criar espasmos infinitos entre a escolha de se apaixonar ou de não se apaixonar. Esse parece ser o triste infortúnio de um sentimento esquecido, ou simplesmente ignorado.
Fui ao cinema na noite passada, e minha derrocada a sensibilidade só ganhou voz dentro da sala escura e fria. Para compreender meu tormento seria necessário dissecar meu cérebro, antes ele do que meu coração. Que o saudosismo de um bom filme me ensinou, afinal “Já viu um coração humano? É como um punho fechado envolto em sangue.”, por isso prefiro o cérebro, a massa cinzenta é estranha por natureza, sem forma humana que desprenda compaixão.
Toda essa reviravolta no pequeno enredo seria para ilustrar algo que já perdi de vista. A importância da minha conversa é única. Desabafar sobre o fato de amar em ignorância, e sofrer sem perceber.
O sofrimento deve ser notado, deve ser causa única de choro, falta de apetite, músicas melosas, livros sem nexo, e filmes que destilam mel e resultam em mais choro, mais falta de apetite e assim por diante.
Compreender o amor seria como andar de trás para frente em uma montanha russa. Ou seja, pode causar vômitos.
O certo é nos sentarmos no carrinho e o deixar entrar no trem- fantasma, sempre com algumas reservas e medos, mais prontos para as descobertas. No caminho alguns gritos, no entanto muitos risos.
Não é possível deixar de se apaixonar, assim como não somos obrigados a permanecer apaixonados. Tudo depende do sim em se deixar levar, e do não na hora de partir. Aquele medo de perdermos as coisas pelo caminho, só existe pelo ciúme de que outras pessoas as recolham, mais isso não dói tão profundamente como pensamos. Deixar coisas para trás é a maior prova de liberdade. Afinal na maior parte das vezes nem precisamos mais delas.
Obs.: John Lennon e Yoko Ono , na foto. Uma das minhas favoritas do casal.

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